Para entender o que é Feng Shui, precisamos primeiro aceitar a existência do Chi, energia vital que permeia tudo e todos. Ela está nos alimentos que ingerimos, no ar que respiramos e ocupa todos os espaços, mesmo que invisível aos olhos. Na filosofia indiana, esta mesma energia é conhecida como Prana.
Feng Shui é a arte de manipular o Chi presente nos espaços onde vivemos. Aguçando nossa percepção, podemos notar se ele se move de forma muito acelerada ou demasiadamente lenta, podendo estagnar-se em determinadas áreas e criando uma condição de não-movimento, de não-transformação, e portanto uma condição onde não há vida. Movimento e transformação são as bases da vida e tudo na natureza é movimento e transformação. Quando se cessa o movimento, identifica-se a morte. Através das técnicas do Feng Shui, interferimos no fluxo do Chi para que este passe a fluir de forma harmônica e alinhado com a nossa natureza.
Num primeiro momento podemos facilitar o seu fluxo através de ações mais grosseiras, como simplesmente garantir um espaçamento mínimo entre os móveis, atentar para as correntes de vento dentro de casa e retirar objetos sem utilidade. O excesso de móveis e objetos é prejudicial em qualquer ambiente, assim como a excessiva falta deles.
Caminhando para ações mais sutis, podemos pensar no equilíbrio entre os diferentes Elementos – Água, Madeira, Fogo, Terra e Metal – na decoração. Cada elemento é estimulado por determinadas cores, formas e materiais, que devem ser utilizados de forma consciente buscando ativar ou aliviar cada um deles. Um ambiente com equilíbrio dos elementos nos transmite a sensação de conforto e bem estar, sem excessos.
Podemos então passar para uma próxima etapa – posterior às ações descritas acima, comuns a todos os casos – e avaliar características únicas daquele espaço, como localização, posição em relação ao movimento do sol e dimensões dos ambientes. Através de estudos geométricos, identificamos o Centro da Residência (ou local de trabalho), área tão importante a partir de onde se movimentam todas as energias, tal qual o Sol e seus planetas. Um centro estável, ancorado energeticamente, é fundamental.
A partir deste centro, podemos definir então as Oito Áreas da residência, orientadas em relação ao movimento do Sol. A constante reflexão sobre as diferentes manifestações da vida e como eles podem ser representadas em nossos espaços físicos nos leva à possibilidades de identificação de cada uma destas Oito Áreas em aspectos como Sucesso, Saúde, Prosperidade e Relacionamentos, por exemplo.
Todas estas informações podem ser observadas em uma espécie de mapa, conhecido como Ba-guá. Quando aplicado sobre a planta baixa do imóvel, o Ba-guá nos mostra sob qual das Oito Áreas de influência está cada um dos cômodos e setores do espaço. Sendo assim, além de facilitarmos o fluxo do Chi, encontrarmos o equilíbrio entre os Elementos e fortalecermos o Centro, podemos tratar cada uma das Oito Áreas de forma pessoal, e assim favorecer o fluxo das energias que elas representam na vida dos moradores.